quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Essa tal felicidade

Nós seres humanos somos mesmo insaciáveis. Se houvesse uma fada madrinha, ou um gênio da lâmpada, que nos realizassem todas as nossas vontades em passo de mágica, hoje mesmo, amanhã teríamos uma nova lista de desejos. 

Para nos tornarmos felizes julgamos ser necessário um cenário, um mundo particular, normalmente rodeado de bens materiais que teriam a função de nos tornarmos pessoas mais felizes. Uma casa, um carro, dinheiro, viagens, poder. Para alguns um pouco menos, para outros um pouco mais, mas condicionamos a felicidade a nossos pertences.

Como podemos ser assim, tão reféns de nós mesmos?  Procuramos grandes frascos de felicidade, nos acorrentamos a coisas materiais. Como somos uns tolos.

Sempre que me vejo acorrentado, condicionado a coisas materiais e esperando que possa adquiri-las para aumentar minha felicidade, lembro-me de um cidadão de Mondaí.


O Sr. Renato Lourenço Camara, 74 anos, conhecido popularmente como Menégo é uma das figuras mais populares de Mondaí. Praticamente não exista pessoa do município que não conheça o Menégo. Homem honesto, sem vícios  trabalhador. O que torna Menégo um sujeito popular é seu gosto pela música e sua disposição em fazer apresentações ao público. Menégo adora pegar seu violão, sua gaita ou harmônica e tocar "umas modas", pra quem quer que seja o público. Seus bordões e seu linguajar típico caboclo, mesclado com sua descendência gaúcha é reconhecido no município. Um deles -"Bem bão que é!" é famoso na cidade, tanto que, por vezes sai aqui e acolá no meio da conversa.

Mas a admiração que tenho deste cidadão é que nunca o vi de outro jeito se não sorrindo, brincando, tocando. Cruzar com o Menégo é sinônimo de boas risadas. Vale lembrar que este cidadão é aposentado, sempre trabalhou, porém nunca preocupou-se em juntar grandes valores ou possuir riquezas. Nunca teve um automóvel e sequer sabe dirigir. Bens materiais? Só o necessário para garantir condições mínimas de sobrevivência.

A verdadeira prova viva de que, para ser feliz, de verdade, pouca coisa é necessária, na verdade uma só: QUERER!
"BEM BÃO QUE É!"


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